segunda-feira, 21 de janeiro de 2013

2.2 - Ninguém sabe muito bem onde é que isso vai parar...



“Tem o gosto dos carinhos, que meu amor não quer mais me dar... só você pode curar. Estou sozinho e é assim que eu vou ficar, só com você... É o destino e o meu é estar contigo...”
                                                                                                                      (Canastra)


Aos 11 anos já tinha aprendido outras técnicas de masturbação. A boneca passou a ser só uma variante.
Quando estava sozinha em casa, costumava ver uma novelinha infantil que passava ao meio dia. A novela não me excitava essencialmente, nem a imagem de boa moça da professora, mas era uma desculpa para me trancar em casa sem que desconfiassem dos reais motivos.
Eu tinha a mania de deitar, ligar a televisão em alto e bom som para abafar grunhidos e por um travesseiro no meio das pernas. E foi assim que comecei a me masturbar com travesseiros, almofadas e afins, usando a mesma técnica que usava com a boneca e com a Paty: os colocava entre as virilhas, por cima de mim, friccionando contra meu sexo e movimentando meus quadris até gozar.
Foi nessa época que também aprendi a arte de gemer sem fazer barulho, para quando a vontade surgia em locais onde não havia televisão. Técnica imprescindível para aqueles dias de excitação absoluta em lugares nada propícios ao sexo.
No primeiro dia que me masturbei com a almofada, cheguei ao orgasmo por seis vezes. Estava completamente empolgada. Com certeza se tornou um vício, já que fazia todos os dias. Às vezes, mais de uma vez. Não lembro o que veio primeiro, se a boneca ou os travesseiros, mas considero esse detalhe tão inútil quanto à pergunta: quem nasceu primeiro, o ovo ou a galinha?
Sei que quando não tinha meus artefatos à mão, usava as toalhas dos banheiros de estranhos. Sim, eu me deitava no chão frio e gozava na toalha alheia. Ainda não tinha aprendido a usar os dedos, portanto, tinha que achar algum objeto para enfiar no meio das pernas.
Dedos, esses sim são convenientes e necessários para qualquer hora e lugar. Podem ser usados apenas superficialmente ou irem fundo, bem fundo e estão disponíveis sempre, desde que a mulher os tenha. Trabalham com precisão, deslizando por cada centímetro de vagina que excite. Alisam os grandes e pequenos lábios e abrangem o clitóris com um aconchego extraordinário. Têm facilidade para trabalhar em grupos, principalmente quando se quer uma penetração mais ampla e satisfatória.
Entram e saem de qualquer orifício, sem o menor pudor e com toda a malícia disponível no mercado. Em geral, a quantidade deles ainda permite que outras partes do seu corpo sejam acariciadas, para um êxtase completo. Ajudam a ampliar as aberturas, levam secreções de um lado para outro e demoram a se cansar. Podem ser ágeis ou sutis, ou as duas coisas, é você quem manda.
E mais, ainda servem como tapa bocas caso o gemido seja daqueles difíceis de repreender. Agora responde para mim: depois de ter lido sobre todas essas qualidades, quem é que precisa de um pênis?

quarta-feira, 16 de janeiro de 2013


Raramente ficávamos sozinhas e isso significava vontades acumuladas. Eu pensava em maneiras de me satisfazer com ela, mas estava ficando complicado pela marcação cerrada de parentes. A minha casa e a dela estava sempre cheia de gente. Não dava pra simplesmente ir brincar no quarto e trancar a porta. E particularmente nunca fui muito chegada em correr riscos desnecessários.
Ainda bem que sempre tive ideias brilhantes, principalmente quando tem algo que quero em jogo. Foi assim que, certa vez, na casa dela, os hormônios falaram alto e chamei-a para ir ao banheiro. Um lugar onde é normal trancar a porta e demorar alguns minutos. Além do que, meninas, culturalmente falando, vão juntas ao banheiro, sem necessariamente maliciar essa oportunidade de ficarem a sós e sem saber o quanto estão perdendo por isso.
Fechando a porta, encostei-a na parede e logo comecei a beijá-la. Não podíamos perder tempo. A Patrícia, para se apoiar, pôs um dos pés na parede. Seu joelho forçou-se pelo meio das minhas pernas, até que eu as abrisse um pouco mais e ficássemos de um jeito que a sua coxa pressionava minha buceta. A excitação se tornou intensa e meu instinto me disse novamente o que fazer.
Irracionalmente, comecei a me movimentar enquanto a beijava, me contorcendo e me esfregando na sua perna, de roupa mesmo. Fui sentindo minha respiração e meu coração acelerarem, o corpo ficando quente e a calcinha molhada. Gemidos involuntários que tinha que abafar para não sermos ouvidas. Todos os panos roçando em todos os lábios. As contrações aumentando e me deixando a ponto de desfalecer. Ondas de frio na espinha, vontade de gritar, até que, por segundos, perdi a noção de tudo.
As flores azuis dos azulejos se misturaram num borrão, enquanto minha visão se embaçava e os olhos viravam nas órbitas. Pude sentir as contrações fazerem meu corpo todo tremer, as minhas pernas espremerem a dela involuntariamente e depois daquele alívio de tensão, ficarem bambas. Gozei, gostoso e pela primeira vez acompanhada. Foi lindo.
Pena que nem pude ficar ali, sentindo as contrações diminuírem devagar, o corpo voltando ao seu ritmo normal. Tive que me lembrar de sair logo daquele banheiro para que não desconfiassem de nada. (Como se alguém em são consciência pudesse desconfiar que duas meninas de 10 anos de idade cada uma estivessem trancadas no banheiro tendo um orgasmo).
Ao sair não me recordo se consegui conter no rosto a satisfação do que acabara de acontecer. Talvez pela pouca idade, não era capaz de abranger a complexidade do que estava fazendo e como era estranho para uma criança se proporcionar todas aquelas sensações a que fui submetida. Sabia que era algo que gostaria de sentir mais vezes, sem me preocupar se estava moralmente certo ou errado gozar com a minha amiguinha.
E por falar em moral, acho que naquela época ela nunca gozou como eu. Mas também não me importava, queria apenas sentir. Na minha mente, não precisava me preocupar com os seus sentimentos. O que tínhamos não se configurava em uma relação onde se têm obrigações com o parceiro. Patrícia era apenas um objeto de desejo e fazia bem o papel.

segunda-feira, 14 de janeiro de 2013

2.1 – Vermelhos são seus beijos



Gostar de ver você sorrir... Enquanto o mundo roda em vão, eu tomo o tempo...
O pôr do sol invade o chão do apartamento... Que meigos são seus olhos. Ver que tudo pode retroceder... No fundo da alma há solidão e um frio que suplica um aconchego. Vermelhos são seus beijos. Quase que me queimam. Que meigo são seus olhos, lânguida face.”
                                                                                                            (Vanessa da Mata)


A Patrícia e a Adriana eram minhas melhores amigas, mas a Dri é mais velha e estava em outra fase. Não precisava de nós para por em prática suas curiosidades de menina. Paty era loira, cabelos cacheados passando os ombros, boca carnuda, voz já grosseira e mente infantil. Não era bonita e também não era feia (ou pelo menos muito feia). Temos a mesma idade e a mesma altura, o que depois facilitaria o encaixe.
Submissa e tímida, diferente de mim. Às vezes desengonçada, mas naquela época não era o fato de ser mulher que me atraia. Seu corpo de criança, como o meu, que nem pensavam em entrar na puberdade, era só um instrumento. O único que eu tinha em mãos. Nossa amizade desinteressada, em determinado momento se tornou, como posso dizer, colorida.
Conversávamos sobre tudo e não tínhamos segredos. O assunto principal, entre uma brincadeira e outra, eram os meninos e o que ainda não tínhamos certeza que se faz com eles. Na época, era proibido praticar o que os nossos hormônios pediam calorosamente e conversar sobre, apenas contribuía para atiçar as curiosidades e vontades. Vontades essas que aumentavam durante os beijos de novela que víamos pela T.V.
Não podíamos sair sozinhas, que dirá ter um encontro com os rapazinhos que povoavam nossos enleios infantis. No meu caso o Cristian. Ele tem uns três anos a mais do que eu, mas nossa altura era compatível.  (Hoje em dia cresci um pouco mais que ele). Moreno, traços mestiços nada delicados e certo charme latino nos lábios grossos. Um garoto normal, sem motivo aparente para tal paixão repentina que começou, na verdade, para reprimir o que sentia pelo Eduardo.
O Edu se atracava com a Adriana e não poderia ser meu por esse motivo. (Algumas amigas são importantes e devem ser respeitadas). Além disso, não me dava à menor atenção. Me olhava com certa superioridade juvenil por ter alguns anos a mais, me colocando no lugar de pirralha que deveria ocupar. Por tudo isso, Paty e eu éramos virgens em todos os sentidos, inclusive labiais. Exceto pelos treinamentos de beijo na mão, no copo com gelo ou na laranja.
A mão nos trazia a sensação do calor e do cheiro da pele que emana do outro. Também tinha um gostinho salgado de suor e a vantagem de ter algo em que morder. (Aprender a morder, como morder e o quanto morder é fascinante.) O copo com gelo era para não fazer feio na hora de pegar a bala na boca do garoto. Isso, na minha época era uma demonstração de sabedoria labial.
Explico: Insegurança é a palavra que costuma reger nossa vida nessa etapa. Estamos confusos com o que acontece com os nossos corpos, tudo muda. Não sabemos sequer nosso papel no mundo. (Se é que algum dia descobrimos isso). Também não temos maturidade para interpretar e viver uma relação a dois. É muito precário. Agimos basicamente por instintos e nem sempre sabemos o que fazer.
E o hálito, pra ser sincera a preocupação com mau hálito, fazia com que sempre carregássemos balas ou chicletes. Colocar a bala de lado durante o beijo não era permitido. Era uma regra não deixá-la cair durante os amassos. Essa se tornou uma qualidade indispensável para um bom beijador e queríamos passar com notas altas nesse teste. Já a laranja era só uma variante, uma oportunidade a mais para exercitar e não fazer feio quando chegasse à hora.
 Nessa idade há um nervosismo natural com o primeiro beijo e o medo de ser um fiasco. Talvez por isso (ressaltando a incógnita existente na palavra talvez) tive a brilhante ideia de treinar beijos com a Paty. Diga-se de passagem, era muito melhor do que os artifícios citados acima. Esse suposto treino facilitaria quando fossemos beijar os meninos e não ficaríamos tão nervosas uma com a outra. Ela concordou. Não me recordo se com facilidade, mas foi aparecer à oportunidade e lá estávamos nós nos beijando.
Pela televisão, sabíamos que no beijo devem-se encostar os lábios, colocar a língua e girar o pescoço. Na prática não foi tão simples como na teoria televisiva. Tentamos fazer assim: encostamos os lábios, mas as línguas pareciam brigar, movimentando-se rápido. Não sei o que era mais difícil, se coordenar os movimentos do pescoço, controlar a saliva ou a crise de risos, porque de fato a cena foi bem mais engraçada do que excitante.
Nesse primeiro beijo ficamos molhadas pela baba que escorria pelas laterais da boca. Foi nojento e ao mesmo tempo senti, pela primeira vez com alguém, aquelas contrações vaginais que começam parecendo uma leve cócega e fazem as pobres racionais mortais perderem o juízo. Senti o calor dos seus lábios, a maciez da língua, o arrepio com a respiração ofegante e a pureza do instinto comandando os atos por completo.
A Paty não demonstrava ter sentido o mesmo ou sequer parecia entender o que estava acontecendo. Talvez estivesse assustada, afinal, não se pode esquecer que éramos duas crianças.

- Será que é assim que eles fazem?
- Não sei Amanda, mas se for, é engraçado.
- Acho que a gente tem que tentar mais, para ficar melhor.
- Tá bom. Você que sabe.
- Você gostou?
- Acho que não. Foi meio melequento .
- Quer parar?
- Não. A gente pode fazer de vez em quando.
- Que bom, porque eu senti cócegas. Igual quando eu to sozinha. Nas revistas eles chamam isso de orgasmo, eu acho.
- Ah, mas cócegas a gente pode sentir de outro jeito.
- Mas essa é diferente Paty. Muito mais gostosa. Vai aumentando, aumentando, aumentando até acabar. E quando acaba é que fica bom.
- Nossa, eu nunca vi uma coisa ficar boa quando acaba.
- Essa é boa o tempo todo. Você não sentiu nada?
- Não sei.
- Então vem aqui. Vamos fazer de novo para ver se agora você sente.

Ela obedecia meus caprichos e estava lá para quando precisasse dela. Era como se fosse uma boneca inflável, aquela que ainda quero comprar, só que de carne e osso, com movimentos labiais, calor e baba. Depois do primeiro beijo eu não queria parar. Foi ficando melhor, sem excessos de saliva e uma coordenação razoável.

quarta-feira, 9 de janeiro de 2013


Ainda aos 10 anos comecei a ter meus primeiros contatos sexuais. Cedo demais. Ainda era uma criança e deveria ser inocente. Não tinha seios, nem sequer estavam apontando. No máximo me faziam ter coceiras por estarem nascendo. Meus quadris eram retos, sem ondulações ou atrativos, idênticos as minhas coxas grossas, porém infantis. Não havia pêlos pubianos e minhas calcinhas tinham babados e frases fofas escritas no bumbum. Mas os ditos pecados da carne já me assombravam e se tornariam uns dos pontos fortes (ou fracos) da minha personalidade.
Me envolvi com meninos e meninas numa idade que deveria estar brincando de bonecas. Até quando brincava não era exatamente como as meninas da minha idade. Já tinha malícia e utilizava esse tempo para gozar. É, foi isso mesmo que você entendeu. G-O-Z-A-R. Com todas as letras, secreções e contrações.
Aprendi a usar uma boneca de pano para dar realismo a minha masturbação. Olhei para ela, ela olhou para mim e naquele instante bateu uma química irresistível. Percebi que poderia dar a ela uma utilidade melhor do que uma simples brincadeira. Só não me pergunte de onde tirei essa ideia com tão pouca idade. O fato é que a tive e coloquei em prática, pelo bem das minhas tardes monótonas. Morgana sempre foi mais criativa que Amanda.
A boneca imitava as feições de uma famosa apresentadora de T.V., que de carne e osso não faz meu tipo. Nunca direcionei meu olhar para as loiras. Definitivamente não é minha preferência. Acho sem graça e só. Das poucas que ainda insisti em ficar, pude constatar que não tem as melhores performances sexuais. Isso, é claro, me excluindo dessa regra. Confio no meu taco e nos meus cabelos claros.
Minha paixão é pelas morenas. O cabelo negro me deixa extasiada. São mais “sexys”, parecem mais seguras, dominadoras. Costumam ter um olhar penetrante, devorador. Elas me excitam e é isso. Nada de explicações subjetivas sobre gosto, que nada mais é do que algo individual e indiscutível.
A tal boneca tinha o rosto, as mãos e os pés de plástico duro. O resto do corpo era todo de pano, com o formato dos seios e do bumbum. Acho que a intenção ao colocar peitinhos e bundinha nela não era necessariamente deixar alguém excitado, mas para mim teve um efeito devastador. Se pudesse, agradeceria o tal designer por me proporcionar uma companhia tão instigante.
Era bem comprida. Devia ter bem mais de um metro de altura. Suas pernas se encaixavam perfeitamente no meio das minhas e o tamanho era exato para beijar sua boca contornada de tinta rosa. Me esfregava e gozava. Num tórrido caso de amor. Conforme fui crescendo, tive que optar. Ou a beijava, ou ela servia de almofada. Optei por beijá-la enquanto usava um travesseiro onde antes eram suas pernas.
O beijo é essencial para que o orgasmo passe de uma sensação prazerosa, para se tornar algo transcendental. Orgasmos e beijos molhados devem andar juntos. Um completa o outro. Separá-los é quase uma castração, indesculpável. E beijá-la, na falta de algo caloroso, era conveniente.
Usando a imaginação, apalpando seus seios pequenos e rígidos, até parecia que estava com uma garota de verdade. Piscianos conseguem transferir para a realidade as sensações do imaginário. Ela era minha fonte inesgotável de prazer. Sem cansaço, reclamação ou empecilho para saciar meus desejos. Até que cresci demais e minha mãe a jogou fora.
 Saudades. Tem dia que minha boneca faz uma falta imensa e, obviamente, ao longo dos anos, foi ganhando substitutos. Adoro bichos de pelúcia, mas às vezes penso em comprar uma boneca inflável. São muitas vantagens para pouco investimento.
Depois dela fui percebendo minha vocação em ser passiva, pelo menos na posição mamãe e mamãe. Para os heteros menos esclarecidos, é bom lembrar que sexo lésbico não se restringe a linguadinhas e dedadinhas. Ao contrário! Fodemos (ou fudemos?) igual a vocês, sem dor nenhuma para a mulher e por isso, o prazer sem limites.
Homens têm a péssima mania de não se importar com a nossa lubrificação vaginal e isso é a morte na hora da penetração. Arde, machuca, incomoda e eles ainda acham que devem provar que são campeões de maratona em meteção (é assim que se escreve?), enquanto estamos rezando para que goze logo e acabe com essa tortura. Isso não é uma generalização, até porque toda generalização é burra. Mas, de fato, define a maioria.
A posição mamãe e mamãe, variação da tão famosa papai e mamãe, é basicamente uma mulher em baixo, com as pernas abertas e a outra por cima, encaixando as bucetas. Com a movimentação dos quadris e a esfregação toda de xoxotas molhadas, os clitóris vão roçando, provocando espasmos, arrepios, contrações, gritos e gemidos incansáveis. E assim sucessivamente. Duas meninas costumam ter pique para bem mais que uma gozada.
Querem sugar o máximo do que completa e satisfaz. O sexo dura horas, sem que se perceba cansaço. São mãos, dedos, línguas, lábios e orifícios abertos a todo tipo de aventura e exploração. São olhares, carícias, passeios lentos por cada centímetro de corpo. É uma viagem para um paraíso que nem Deus conseguiria descrever em milhões de testamentos. Só sendo mulher e sentindo a energia e vibração do corpo de outra mulher para entender o que estou dizendo.