Raramente ficávamos sozinhas e isso significava vontades
acumuladas. Eu pensava em maneiras de me satisfazer com ela, mas estava ficando
complicado pela marcação cerrada de parentes. A minha casa e a dela estava
sempre cheia de gente. Não dava pra simplesmente ir brincar no quarto e trancar
a porta. E particularmente nunca fui muito chegada em correr riscos
desnecessários.
Ainda bem que sempre tive ideias brilhantes,
principalmente quando tem algo que quero em jogo. Foi assim que, certa vez, na
casa dela, os hormônios falaram alto e chamei-a para ir ao banheiro. Um lugar
onde é normal trancar a porta e demorar alguns minutos. Além do que, meninas,
culturalmente falando, vão juntas ao banheiro, sem necessariamente maliciar
essa oportunidade de ficarem a sós e sem saber o quanto estão perdendo por
isso.
Fechando a porta, encostei-a na parede e logo comecei a
beijá-la. Não podíamos perder tempo. A Patrícia, para se apoiar, pôs um dos pés
na parede. Seu joelho forçou-se pelo meio das minhas pernas, até que eu as
abrisse um pouco mais e ficássemos de um jeito que a sua coxa pressionava minha
buceta. A excitação se tornou intensa e meu instinto me disse novamente o que
fazer.
Irracionalmente, comecei a me movimentar enquanto a
beijava, me contorcendo e me esfregando na sua perna, de roupa mesmo. Fui
sentindo minha respiração e meu coração acelerarem, o corpo ficando quente e a
calcinha molhada. Gemidos involuntários que tinha que abafar para não sermos
ouvidas. Todos os panos roçando em todos os lábios. As contrações aumentando e
me deixando a ponto de desfalecer. Ondas de frio na espinha, vontade de gritar,
até que, por segundos, perdi a noção de tudo.
As flores azuis dos azulejos se misturaram num borrão,
enquanto minha visão se embaçava e os olhos viravam nas órbitas. Pude sentir as
contrações fazerem meu corpo todo tremer, as minhas pernas espremerem a dela
involuntariamente e depois daquele alívio de tensão, ficarem bambas. Gozei,
gostoso e pela primeira vez acompanhada. Foi lindo.
Pena que nem pude ficar ali, sentindo as contrações
diminuírem devagar, o corpo voltando ao seu ritmo normal. Tive que me lembrar
de sair logo daquele banheiro para que não desconfiassem de nada. (Como se
alguém em são consciência pudesse desconfiar que duas meninas de 10 anos de
idade cada uma estivessem trancadas no banheiro tendo um orgasmo).
Ao sair não me recordo se consegui conter no rosto a
satisfação do que acabara de acontecer. Talvez pela pouca idade, não era capaz
de abranger a complexidade do que estava fazendo e como era estranho para uma
criança se proporcionar todas aquelas sensações a que fui submetida. Sabia que
era algo que gostaria de sentir mais vezes, sem me preocupar se estava
moralmente certo ou errado gozar com a minha amiguinha.
E por falar em moral, acho que naquela época ela nunca
gozou como eu. Mas também não me importava, queria apenas sentir. Na minha
mente, não precisava me preocupar com os seus sentimentos. O que tínhamos não
se configurava em uma relação onde se têm obrigações com o parceiro. Patrícia
era apenas um objeto de desejo e fazia bem o papel.
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