quarta-feira, 9 de janeiro de 2013


Ainda aos 10 anos comecei a ter meus primeiros contatos sexuais. Cedo demais. Ainda era uma criança e deveria ser inocente. Não tinha seios, nem sequer estavam apontando. No máximo me faziam ter coceiras por estarem nascendo. Meus quadris eram retos, sem ondulações ou atrativos, idênticos as minhas coxas grossas, porém infantis. Não havia pêlos pubianos e minhas calcinhas tinham babados e frases fofas escritas no bumbum. Mas os ditos pecados da carne já me assombravam e se tornariam uns dos pontos fortes (ou fracos) da minha personalidade.
Me envolvi com meninos e meninas numa idade que deveria estar brincando de bonecas. Até quando brincava não era exatamente como as meninas da minha idade. Já tinha malícia e utilizava esse tempo para gozar. É, foi isso mesmo que você entendeu. G-O-Z-A-R. Com todas as letras, secreções e contrações.
Aprendi a usar uma boneca de pano para dar realismo a minha masturbação. Olhei para ela, ela olhou para mim e naquele instante bateu uma química irresistível. Percebi que poderia dar a ela uma utilidade melhor do que uma simples brincadeira. Só não me pergunte de onde tirei essa ideia com tão pouca idade. O fato é que a tive e coloquei em prática, pelo bem das minhas tardes monótonas. Morgana sempre foi mais criativa que Amanda.
A boneca imitava as feições de uma famosa apresentadora de T.V., que de carne e osso não faz meu tipo. Nunca direcionei meu olhar para as loiras. Definitivamente não é minha preferência. Acho sem graça e só. Das poucas que ainda insisti em ficar, pude constatar que não tem as melhores performances sexuais. Isso, é claro, me excluindo dessa regra. Confio no meu taco e nos meus cabelos claros.
Minha paixão é pelas morenas. O cabelo negro me deixa extasiada. São mais “sexys”, parecem mais seguras, dominadoras. Costumam ter um olhar penetrante, devorador. Elas me excitam e é isso. Nada de explicações subjetivas sobre gosto, que nada mais é do que algo individual e indiscutível.
A tal boneca tinha o rosto, as mãos e os pés de plástico duro. O resto do corpo era todo de pano, com o formato dos seios e do bumbum. Acho que a intenção ao colocar peitinhos e bundinha nela não era necessariamente deixar alguém excitado, mas para mim teve um efeito devastador. Se pudesse, agradeceria o tal designer por me proporcionar uma companhia tão instigante.
Era bem comprida. Devia ter bem mais de um metro de altura. Suas pernas se encaixavam perfeitamente no meio das minhas e o tamanho era exato para beijar sua boca contornada de tinta rosa. Me esfregava e gozava. Num tórrido caso de amor. Conforme fui crescendo, tive que optar. Ou a beijava, ou ela servia de almofada. Optei por beijá-la enquanto usava um travesseiro onde antes eram suas pernas.
O beijo é essencial para que o orgasmo passe de uma sensação prazerosa, para se tornar algo transcendental. Orgasmos e beijos molhados devem andar juntos. Um completa o outro. Separá-los é quase uma castração, indesculpável. E beijá-la, na falta de algo caloroso, era conveniente.
Usando a imaginação, apalpando seus seios pequenos e rígidos, até parecia que estava com uma garota de verdade. Piscianos conseguem transferir para a realidade as sensações do imaginário. Ela era minha fonte inesgotável de prazer. Sem cansaço, reclamação ou empecilho para saciar meus desejos. Até que cresci demais e minha mãe a jogou fora.
 Saudades. Tem dia que minha boneca faz uma falta imensa e, obviamente, ao longo dos anos, foi ganhando substitutos. Adoro bichos de pelúcia, mas às vezes penso em comprar uma boneca inflável. São muitas vantagens para pouco investimento.
Depois dela fui percebendo minha vocação em ser passiva, pelo menos na posição mamãe e mamãe. Para os heteros menos esclarecidos, é bom lembrar que sexo lésbico não se restringe a linguadinhas e dedadinhas. Ao contrário! Fodemos (ou fudemos?) igual a vocês, sem dor nenhuma para a mulher e por isso, o prazer sem limites.
Homens têm a péssima mania de não se importar com a nossa lubrificação vaginal e isso é a morte na hora da penetração. Arde, machuca, incomoda e eles ainda acham que devem provar que são campeões de maratona em meteção (é assim que se escreve?), enquanto estamos rezando para que goze logo e acabe com essa tortura. Isso não é uma generalização, até porque toda generalização é burra. Mas, de fato, define a maioria.
A posição mamãe e mamãe, variação da tão famosa papai e mamãe, é basicamente uma mulher em baixo, com as pernas abertas e a outra por cima, encaixando as bucetas. Com a movimentação dos quadris e a esfregação toda de xoxotas molhadas, os clitóris vão roçando, provocando espasmos, arrepios, contrações, gritos e gemidos incansáveis. E assim sucessivamente. Duas meninas costumam ter pique para bem mais que uma gozada.
Querem sugar o máximo do que completa e satisfaz. O sexo dura horas, sem que se perceba cansaço. São mãos, dedos, línguas, lábios e orifícios abertos a todo tipo de aventura e exploração. São olhares, carícias, passeios lentos por cada centímetro de corpo. É uma viagem para um paraíso que nem Deus conseguiria descrever em milhões de testamentos. Só sendo mulher e sentindo a energia e vibração do corpo de outra mulher para entender o que estou dizendo.

2 comentários:

  1. Fala sério... Descreveu com riqueza de detalhes as sensações...
    Amey isso... Intenso, sexy e excitante...

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  2. espero que goste da descrição de todas as relações sexuais que o livro ainda terá

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