Essa é a história de Amanda. Dupla personalidade, confusa, atraída pela luxúria e pelas lágrimas. Uma menina se transformando em mulher, tentando se encontrar. Alguém em busca de compreensão. Carente.
“Tem
o gosto dos carinhos, que meu amor não quer mais me dar... só você pode curar.
Estou sozinho e é assim que eu vou ficar, só com você... É o destino e o meu é
estar contigo...”
(Canastra)
Aos 11 anos já tinha aprendido outras
técnicas de masturbação. A boneca passou a ser só uma variante.
Quando estava sozinha em casa, costumava ver uma novelinha
infantil que passava ao meio dia. A novela não me excitava essencialmente, nem
a imagem de boa moça da professora, mas era uma desculpa para me trancar em
casa sem que desconfiassem dos reais motivos.
Eu tinha a mania de deitar, ligar a televisão em alto e
bom som para abafar grunhidos e por um travesseiro no meio das pernas. E foi
assim que comecei a me masturbar com travesseiros, almofadas e afins, usando a
mesma técnica que usava com a boneca e com a Paty: os colocava entre as
virilhas, por cima de mim, friccionando contra meu sexo e movimentando meus
quadris até gozar.
Foi nessa época que também aprendi a arte de gemer sem
fazer barulho, para quando a vontade surgia em locais onde não havia televisão.
Técnica imprescindível para aqueles dias de excitação absoluta em lugares nada
propícios ao sexo.
No primeiro dia que me masturbei com a almofada, cheguei
ao orgasmo por seis vezes. Estava completamente empolgada. Com certeza se
tornou um vício, já que fazia todos os dias. Às vezes, mais de uma vez. Não
lembro o que veio primeiro, se a boneca ou os travesseiros, mas considero esse
detalhe tão inútil quanto à pergunta: quem nasceu primeiro, o ovo ou a galinha?
Sei que quando não tinha meus artefatos à mão, usava as toalhas
dos banheiros de estranhos. Sim, eu me deitava no chão frio e gozava na toalha
alheia. Ainda não tinha aprendido a usar os dedos, portanto, tinha que achar
algum objeto para enfiar no meio das pernas.
Dedos, esses sim são convenientes e necessários para
qualquer hora e lugar. Podem ser usados apenas superficialmente ou irem fundo,
bem fundo e estão disponíveis sempre, desde que a mulher os tenha. Trabalham
com precisão, deslizando por cada centímetro de vagina que excite. Alisam os
grandes e pequenos lábios e abrangem o clitóris com um aconchego
extraordinário. Têm facilidade para trabalhar em grupos, principalmente quando
se quer uma penetração mais ampla e satisfatória.
Entram e saem de qualquer orifício, sem o menor pudor e
com toda a malícia disponível no mercado. Em geral, a quantidade deles ainda
permite que outras partes do seu corpo sejam acariciadas, para um êxtase
completo. Ajudam a ampliar as aberturas, levam secreções de um lado para outro
e demoram a se cansar. Podem ser ágeis ou sutis, ou as duas coisas, é você quem
manda.
E mais, ainda servem como tapa bocas caso o gemido seja
daqueles difíceis de repreender. Agora responde para mim: depois de ter lido
sobre todas essas qualidades, quem é que precisa de um pênis?
quarta-feira, 16 de janeiro de 2013
Raramente ficávamos sozinhas e isso significava vontades
acumuladas. Eu pensava em maneiras de me satisfazer com ela, mas estava ficando
complicado pela marcação cerrada de parentes. A minha casa e a dela estava
sempre cheia de gente. Não dava pra simplesmente ir brincar no quarto e trancar
a porta. E particularmente nunca fui muito chegada em correr riscos
desnecessários.
Ainda bem que sempre tive ideias brilhantes,
principalmente quando tem algo que quero em jogo. Foi assim que, certa vez, na
casa dela, os hormônios falaram alto e chamei-a para ir ao banheiro. Um lugar
onde é normal trancar a porta e demorar alguns minutos. Além do que, meninas,
culturalmente falando, vão juntas ao banheiro, sem necessariamente maliciar
essa oportunidade de ficarem a sós e sem saber o quanto estão perdendo por
isso.
Fechando a porta, encostei-a na parede e logo comecei a
beijá-la. Não podíamos perder tempo. A Patrícia, para se apoiar, pôs um dos pés
na parede. Seu joelho forçou-se pelo meio das minhas pernas, até que eu as
abrisse um pouco mais e ficássemos de um jeito que a sua coxa pressionava minha
buceta. A excitação se tornou intensa e meu instinto me disse novamente o que
fazer.
Irracionalmente, comecei a me movimentar enquanto a
beijava, me contorcendo e me esfregando na sua perna, de roupa mesmo. Fui
sentindo minha respiração e meu coração acelerarem, o corpo ficando quente e a
calcinha molhada. Gemidos involuntários que tinha que abafar para não sermos
ouvidas. Todos os panos roçando em todos os lábios. As contrações aumentando e
me deixando a ponto de desfalecer. Ondas de frio na espinha, vontade de gritar,
até que, por segundos, perdi a noção de tudo.
As flores azuis dos azulejos se misturaram num borrão,
enquanto minha visão se embaçava e os olhos viravam nas órbitas. Pude sentir as
contrações fazerem meu corpo todo tremer, as minhas pernas espremerem a dela
involuntariamente e depois daquele alívio de tensão, ficarem bambas. Gozei,
gostoso e pela primeira vez acompanhada. Foi lindo.
Pena que nem pude ficar ali, sentindo as contrações
diminuírem devagar, o corpo voltando ao seu ritmo normal. Tive que me lembrar
de sair logo daquele banheiro para que não desconfiassem de nada. (Como se
alguém em são consciência pudesse desconfiar que duas meninas de 10 anos de
idade cada uma estivessem trancadas no banheiro tendo um orgasmo).
Ao sair não me recordo se consegui conter no rosto a
satisfação do que acabara de acontecer. Talvez pela pouca idade, não era capaz
de abranger a complexidade do que estava fazendo e como era estranho para uma
criança se proporcionar todas aquelas sensações a que fui submetida. Sabia que
era algo que gostaria de sentir mais vezes, sem me preocupar se estava
moralmente certo ou errado gozar com a minha amiguinha.
E por falar em moral, acho que naquela época ela nunca
gozou como eu. Mas também não me importava, queria apenas sentir. Na minha
mente, não precisava me preocupar com os seus sentimentos. O que tínhamos não
se configurava em uma relação onde se têm obrigações com o parceiro. Patrícia
era apenas um objeto de desejo e fazia bem o papel.
“Gostar de ver você sorrir... Enquanto o mundo roda em
vão, eu tomo o tempo...
O pôr do sol invade o chão do apartamento... Que meigos são seus olhos. Ver que
tudo pode retroceder... No fundo da alma há solidão e um frio que suplica um
aconchego. Vermelhos são seus beijos. Quase que me queimam. Que meigo são seus
olhos, lânguida face.”
(Vanessa da Mata)
A Patrícia e a Adriana eram minhas melhores amigas, mas a
Dri é mais velha e estava em outra fase. Não precisava de nós para por em
prática suas curiosidades de menina. Paty era loira, cabelos cacheados passando
os ombros, boca carnuda, voz já grosseira e mente infantil. Não era bonita e
também não era feia (ou pelo menos muito feia). Temos a mesma idade e a mesma
altura, o que depois facilitaria o encaixe.
Submissa e tímida, diferente de mim. Às vezes
desengonçada, mas naquela época não era o fato de ser mulher que me atraia. Seu
corpo de criança, como o meu, que nem pensavam em entrar na puberdade, era só
um instrumento. O único que eu tinha em mãos. Nossa amizade desinteressada, em
determinado momento se tornou, como posso dizer, colorida.
Conversávamos sobre tudo e não tínhamos segredos. O
assunto principal, entre uma brincadeira e outra, eram os meninos e o que ainda
não tínhamos certeza que se faz com eles. Na época, era proibido praticar o que
os nossos hormônios pediam calorosamente e conversar sobre, apenas contribuía
para atiçar as curiosidades e vontades. Vontades essas que aumentavam durante
os beijos de novela que víamos pela T.V.
Não podíamos sair sozinhas, que dirá ter um encontro com
os rapazinhos que povoavam nossos enleios infantis. No meu caso o Cristian. Ele
tem uns três anos a mais do que eu, mas nossa altura era compatível. (Hoje em dia cresci um pouco mais que ele). Moreno,
traços mestiços nada delicados e certo charme latino nos lábios grossos. Um
garoto normal, sem motivo aparente para tal paixão repentina que começou, na
verdade, para reprimir o que sentia pelo Eduardo.
O Edu se atracava com a Adriana e não poderia ser meu por
esse motivo. (Algumas amigas são importantes e devem ser respeitadas). Além
disso, não me dava à menor atenção. Me olhava com certa superioridade juvenil
por ter alguns anos a mais, me colocando no lugar de pirralha que deveria
ocupar. Por tudo isso, Paty e eu éramos virgens em todos os sentidos, inclusive
labiais. Exceto pelos treinamentos de beijo na mão, no copo com gelo ou na
laranja.
A mão nos trazia a sensação do calor e do cheiro da pele
que emana do outro. Também tinha um gostinho salgado de suor e a vantagem de
ter algo em que morder. (Aprender a morder, como morder e o quanto morder é
fascinante.) O copo com gelo era para não fazer feio na hora de pegar a bala na
boca do garoto. Isso, na minha época era uma demonstração de sabedoria labial.
Explico: Insegurança é a palavra que costuma reger nossa
vida nessa etapa. Estamos confusos com o que acontece com os nossos corpos,
tudo muda. Não sabemos sequer nosso papel no mundo. (Se é que algum dia
descobrimos isso). Também não temos maturidade para interpretar e viver uma
relação a dois. É muito precário. Agimos basicamente por instintos e nem sempre
sabemos o que fazer.
E o hálito, pra ser sincera a preocupação com mau hálito,
fazia com que sempre carregássemos balas ou chicletes. Colocar a bala de lado
durante o beijo não era permitido. Era uma regra não deixá-la cair durante os
amassos. Essa se tornou uma qualidade indispensável para um bom beijador e
queríamos passar com notas altas nesse teste. Já a laranja era só uma variante,
uma oportunidade a mais para exercitar e não fazer feio quando chegasse à hora.
Nessa idade há um
nervosismo natural com o primeiro beijo e o medo de ser um fiasco. Talvez por
isso (ressaltando a incógnita existente na palavra talvez) tive a brilhante ideia
de treinar beijos com a Paty. Diga-se de passagem, era muito melhor do que os
artifícios citados acima. Esse suposto treino facilitaria quando fossemos
beijar os meninos e não ficaríamos tão nervosas uma com a outra. Ela concordou.
Não me recordo se com facilidade, mas foi aparecer à oportunidade e lá
estávamos nós nos beijando.
Pela televisão, sabíamos que no beijo devem-se encostar
os lábios, colocar a língua e girar o pescoço. Na prática não foi tão simples
como na teoria televisiva. Tentamos fazer assim: encostamos os lábios, mas as
línguas pareciam brigar, movimentando-se rápido. Não sei o que era mais
difícil, se coordenar os movimentos do pescoço, controlar a saliva ou a crise
de risos, porque de fato a cena foi bem mais engraçada do que excitante.
Nesse primeiro beijo ficamos molhadas pela baba que
escorria pelas laterais da boca. Foi nojento e ao mesmo tempo senti, pela
primeira vez com alguém, aquelas contrações vaginais que começam parecendo uma
leve cócega e fazem as pobres racionais mortais perderem o juízo. Senti o calor
dos seus lábios, a maciez da língua, o arrepio com a respiração ofegante e a
pureza do instinto comandando os atos por completo.
A Paty não demonstrava ter sentido o mesmo ou sequer
parecia entender o que estava acontecendo. Talvez estivesse assustada, afinal,
não se pode esquecer que éramos duas crianças.
- Será que é assim que
eles fazem?
- Não sei Amanda, mas se
for, é engraçado.
- Acho que a gente tem
que tentar mais, para ficar melhor.
- Tá bom. Você que sabe.
- Você gostou?
- Acho que não. Foi meio
melequento .
- Quer parar?
- Não. A gente pode fazer
de vez em quando.
- Que bom, porque eu
senti cócegas. Igual quando eu to sozinha. Nas revistas eles chamam isso de
orgasmo, eu acho.
- Ah, mas cócegas a
gente pode sentir de outro jeito.
- Mas essa é diferente
Paty. Muito mais gostosa. Vai aumentando, aumentando, aumentando até acabar. E
quando acaba é que fica bom.
- Nossa, eu nunca vi uma
coisa ficar boa quando acaba.
- Essa é boa o tempo
todo. Você não sentiu nada?
- Não sei.
- Então vem aqui. Vamos
fazer de novo para ver se agora você sente.
Ela obedecia meus caprichos e estava lá para quando
precisasse dela. Era como se fosse uma boneca inflável, aquela que ainda quero
comprar, só que de carne e osso, com movimentos labiais, calor e baba. Depois do primeiro beijo eu não queria parar. Foi ficando
melhor, sem excessos de saliva e uma coordenação razoável.
quarta-feira, 9 de janeiro de 2013
Ainda aos 10 anos comecei a ter meus primeiros contatos
sexuais. Cedo demais. Ainda era uma criança e deveria ser inocente. Não tinha
seios, nem sequer estavam apontando. No máximo me faziam ter coceiras por
estarem nascendo. Meus quadris eram retos, sem ondulações ou atrativos,
idênticos as minhas coxas grossas, porém infantis. Não havia pêlos pubianos e
minhas calcinhas tinham babados e frases fofas escritas no bumbum. Mas os ditos
pecados da carne já me assombravam e se tornariam uns dos pontos fortes (ou
fracos) da minha personalidade.
Me envolvi com meninos e meninas numa idade que deveria
estar brincando de bonecas. Até quando brincava não era exatamente como as
meninas da minha idade. Já tinha malícia e utilizava esse tempo para gozar. É,
foi isso mesmo que você entendeu. G-O-Z-A-R. Com todas as letras, secreções e
contrações.
Aprendi a usar uma boneca de pano para dar realismo a
minha masturbação. Olhei para ela, ela olhou para mim e naquele instante bateu
uma química irresistível. Percebi que poderia dar a ela uma utilidade melhor do
que uma simples brincadeira. Só não me pergunte de onde tirei essa ideia com
tão pouca idade. O fato é que a tive e coloquei em prática, pelo bem das minhas
tardes monótonas. Morgana sempre foi mais criativa que Amanda.
A boneca imitava as feições de uma famosa apresentadora
de T.V., que de carne e osso não faz meu tipo. Nunca direcionei meu olhar para
as loiras. Definitivamente não é minha preferência. Acho sem graça e só. Das
poucas que ainda insisti em ficar, pude constatar que não tem as melhores
performances sexuais. Isso, é claro, me excluindo dessa regra. Confio no meu
taco e nos meus cabelos claros.
Minha paixão é pelas morenas. O cabelo negro me deixa
extasiada. São mais “sexys”, parecem mais seguras, dominadoras. Costumam ter um
olhar penetrante, devorador. Elas me excitam e é isso. Nada de explicações
subjetivas sobre gosto, que nada mais é do que algo individual e indiscutível.
A tal boneca tinha o rosto, as mãos e os pés de plástico
duro. O resto do corpo era todo de pano, com o formato dos seios e do bumbum.
Acho que a intenção ao colocar peitinhos e bundinha nela não era necessariamente
deixar alguém excitado, mas para mim teve um efeito devastador. Se pudesse,
agradeceria o tal designer por me proporcionar uma companhia tão instigante.
Era bem comprida. Devia ter bem mais de um metro de
altura. Suas pernas se encaixavam perfeitamente no meio das minhas e o tamanho
era exato para beijar sua boca contornada de tinta rosa. Me esfregava e gozava.
Num tórrido caso de amor. Conforme fui crescendo, tive que optar. Ou a beijava,
ou ela servia de almofada. Optei por beijá-la enquanto usava um travesseiro
onde antes eram suas pernas.
O beijo é essencial para que o orgasmo passe de uma
sensação prazerosa, para se tornar algo transcendental. Orgasmos e beijos
molhados devem andar juntos. Um completa o outro. Separá-los é quase uma
castração, indesculpável. E beijá-la, na falta de algo caloroso, era
conveniente.
Usando a imaginação, apalpando seus seios pequenos e
rígidos, até parecia que estava com uma garota de verdade. Piscianos conseguem
transferir para a realidade as sensações do imaginário. Ela era minha fonte
inesgotável de prazer. Sem cansaço, reclamação ou empecilho para saciar meus
desejos. Até que cresci demais e minha mãe a jogou fora.
Saudades. Tem dia
que minha boneca faz uma falta imensa e, obviamente, ao longo dos anos, foi
ganhando substitutos. Adoro bichos de pelúcia, mas às vezes penso em comprar
uma boneca inflável. São muitas vantagens para pouco investimento.
Depois dela fui percebendo minha vocação em ser passiva,
pelo menos na posição mamãe e mamãe. Para os heteros menos esclarecidos, é bom
lembrar que sexo lésbico não se restringe a linguadinhas e dedadinhas. Ao
contrário! Fodemos (ou fudemos?) igual a vocês, sem dor nenhuma para a mulher e
por isso, o prazer sem limites.
Homens têm a péssima mania de não se importar com a nossa
lubrificação vaginal e isso é a morte na hora da penetração. Arde, machuca,
incomoda e eles ainda acham que devem provar que são campeões de maratona em
meteção (é assim que se escreve?), enquanto estamos rezando para que goze logo
e acabe com essa tortura. Isso não é uma generalização, até porque toda generalização
é burra. Mas, de fato, define a maioria.
A posição mamãe e mamãe, variação da tão famosa papai e
mamãe, é basicamente uma mulher em baixo, com as pernas abertas e a outra por
cima, encaixando as bucetas. Com a movimentação dos quadris e a esfregação toda
de xoxotas molhadas, os clitóris vão roçando, provocando espasmos, arrepios,
contrações, gritos e gemidos incansáveis. E assim sucessivamente. Duas meninas
costumam ter pique para bem mais que uma gozada.
Querem sugar o máximo do que completa e satisfaz. O sexo
dura horas, sem que se perceba cansaço. São mãos, dedos, línguas, lábios e
orifícios abertos a todo tipo de aventura e exploração. São olhares, carícias,
passeios lentos por cada centímetro de corpo. É uma viagem para um paraíso que
nem Deus conseguiria descrever em milhões de testamentos. Só sendo mulher e
sentindo a energia e vibração do corpo de outra mulher para entender o que estou
dizendo.