Aos 13 tentei reatar a amizade que tinha com a Patrícia.
Sem más intenções (e você acredita nisso?). Mas a vontade falou mais alto. Já
tinha quase um ano que não sentia a delicadeza do corpo de uma mulher. Apesar
de me satisfazer sozinha, de todas as formas que já mencionei, nenhuma delas se
assemelha à sensação do contato das peles, de sentir a respiração, o ofegar, os
gemidos e poder beijar a boca.
Chamei-a para ir a minha casa. Estávamos sem jeito uma
com a outra, e no meu caso, especialmente por não saber se valia à pena
voltarmos a nos agarrar. Como sempre acontecia, num impulso decidi que sim.
Tomei a iniciativa e a levei até o banheiro. Estávamos sozinhas, mas o banheiro
era como um código secreto que ela entendia bem. Tanto que na hora começou a
rir, embora eu não saiba se era de satisfação ou nervosismo.
Tudo aconteceu rápido. A reaproximação e o novo
envolvimento sexual. Tudo no mesmo dia e quase que instantaneamente. Logo que
entramos e fechei a porta, começamos a nos beijar. Foram beijos mais quentes
que os de antes e dessa vez, as mãos aflitas percorriam os corpos cheios de
desejos. Enquanto a beijava, apalpava seus seios minúsculos com voracidade, me
esfregava em sua coxa apertando-a contra a parede e friccionando minha coxa
entre suas pernas.
O tesão me consumia e levantando a blusa, fiz com que
lambesse meus seios, também em fase de crescimento e ainda sem um formato
atraente ou definido. Foi à primeira vez que alguém os lambeu e a sensação foi
maravilhosa. Algo como uma aflição crescente e quase um impulso incontrolável
de enfiar tudo de uma vez em sua boca. Acredito que nesse dia ela também
experimentou o que é um orgasmo, pois gemia como uma louca e senti seu corpo
todo estremecer. Gozei logo depois disso.
Depois do êxtase, (imagino que com delicadeza, mas não me
lembro dessa parte e não poderia mentir, fingindo que fui educada) a fiz ir
embora e cheguei à conclusão que não deveria vê-la outra vez. Estava passando
dos limites e das brincadeiras de criança. Me considerava hetero e não passava
pela minha cabeça ser rotulada como homo ou bissexual. Nem entendia tais
termos.
Para uma garota naquela idade, eram conflitos pesados
demais para serem pensados, pelo menos há 15 anos. Hoje em dia conheço pirralha
que quer ser sapatão com bem menos idade que isso. Nem sabe amarrar o cordão do
tênis e já fica pegando as amiguinhas por aí. Modinha é foda. Sempre alcança
quem ainda não tem uma opinião formada ou aquelas pessoas que não tem senso
crítico (ou do ridículo).
Eu não queria deixar a situação ultrapassar aquele ponto.
Era só um divertimento. Não poderíamos ser amigas como antes, pois já
entediamos algo sobre malícias. A partir disso, o que tivemos foi um
afastamento em todos os sentidos e resolvi que desde então, apenas garotos
seriam meu deleite. As garotas se restringiriam às fantasias, as masturbações
vendo revistas de mulheres nuas e aos meus sonhos insanos. Pelo menos por mais
alguns anos.