Estafa mental é o que anda me consumindo. Um conflito
interno que varia entre pensar ou seguir alternativas impostas sem relutar. De
qualquer forma, muda pouca coisa. Estou exausta, agoniada e triste. Sei que
nada posso sozinha e as pessoas não se importam. Nem têm porque se importar. De
que adianta tantos pensamentos utópicos e românticos, se mal posso andar na
frente de quem me atropela?
Por esses dias queria parar de pensar. Poder tirar da
mente com uma varinha de condão, tudo que me faz refletir e me sentir cada vez
menor diante da impossibilidade de concretizar. Queria relaxar! Sobreviver como
tantos. Não problematizar meus atos e os alheios para tentar consertar o que já
está espatifado. Meus cacos mentais estão por aí, a me assombrar. Talvez o
paraíso seja só meu e por ser só não posso dá-lo a ninguém, nem a mim mesma.
Um tanto quanto a loucura que esvazia as coerências. Um
tanto quanto sentimentos que pairam no ar e invadem meus pulmões. Um tanto
quanto dolorido, como os espinhos da flor que perfuram dedos e a protegem das
minhas mãos trêmulas e do meu nariz ansioso por perfumes puros. Minha
sensibilidade é ausente de beleza. Sem chão, sem medidas, me sinto doente,
arredia e um tanto quanto vegetando em meio a uma sociedade que não me pertence.
Diferente de tudo, diferente de todos, com ânsias exatas,
presentes e inocentes. Será que algum dia poderei me adaptar antes que enlouqueça?
Antes de ser mais uma vez banida? Capacidade intelectual talvez seja um tema
para estas linhas que há sete páginas já se iniciaram, sem propósito aparente e
sem ponto de partida. Tão mal pensadas! Dificilmente chegarão a excelência ou alcançarão
algum objetivo.
Ainda acredito em felicidade e não consigo vê-la separada
do meu conceito de paz. Mas existe em mim uma melancolia derramada a uma agonia
crescente, presente nos olhos. Estou inquieta, pensativa e sofrendo.
Distante do ambiente em que vivo por sonhar com algo
diferente. O que realmente está valendo à pena? São tantos conflitos com que
bato de frente. Me sinto perdida em meio aos meus sonhos e ao máximo que
consigo concretizar. Quanto mais penso e me pergunto, inúmeras respostas surgem
como águias observando à presa. É um ciclo sem fim e que me mantém como rato
naquelas rodinhas das suas gaiolas. Eternamente rodando atrás de uma perfeição
que nunca vou alcançar, por nunca me contentar.
Se não às grades em círculos, talvez as garras e o bico
fino atingindo com precisão aquele ponto fatal! A morte... Da alma, da calma e
de todo e qualquer suspiro de descontentamento.
Eu, uma pensadora frenética, descontrolada, bipolar,
sempre em busca da crítica, da melhora, da solução.
O que vejo é: meus sonhos me tirando o sono. Rolando pela
cama em contorções desnecessárias, cruciantes. Insônias crônicas, amanhecendo
com olhos inchados e maquiados de olheiras.
Não pretendo aqui travar batalhas intermináveis entre o
certo e o errado. Isso é tão subjetivo. Muito menos chegar a qualquer lógica
sensata. Tento fazer com que eu mesma entenda o que se passa nessa minha mente
atormentada.
Há tanto tempo não me permito sonhar. Vivo refletindo,
tentando achar alternativas. Não reconheço o meu sorriso no espelho.
Tantas vezes prefiro ficar absorta nos meus devaneios, ouvindo
músicas depressivas, que usem palavras complexas e toquem minha alma.
Socializar não faz parte do meu vocabulário. Nada me completa ou agrada. Perdi
meu encaixe. Tenho crises de choro e identidade. Sou a pessoa que queria ser
quando criança e essa pessoa é triste, fria e racional. No fundo só queria ser
feliz, livre e em paz.
Meus princípios me corroem e as pessoas não se adaptam a
mim. E quem disse que elas têm que se adaptar? É, "carosbaratos" leitores,
desculpe pela má interpretação dessas (insisto) mal traçadas linhas. Desculpe a
incoerência das frases, cada vírgula mal posta e os erros de português
gramatical perfeito. E desculpe por não conseguir compreender a lógica desse
mundo torto, insano e desumano.